segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Olá Olá!
Da última vez que actualizámos o blog o nosso dia ainda não tinha terminado! Ainda faltava o jantar dos "Portugas" que já vinha planeado desde Portugal dada a sugestão do Zé ainda antes de partirmos. A ementa foi Bacalhau à Brás seguido de um vinho do Porto, sendo que as azeitonas do bacalhau e o vinho do Porto nos acompanharam ao longo das escalas em Paris e São Paulo.
Dado que ninguém tinha muita experiência na confecção do prato, pode dizer-se que foi um sucesso: o Roberto (Presidente da Comunidade) e a família gostaram muito e o Diogo teve a honra de servir em primeiro lugar o Sr. Garrido, um homem de 84 anos que é admirado por MUITA gente na Amazónia e que sempre teve uma visão muito à frente da época...
Foi ele o fundador da comunidade tendo sido seguido por mais famílias que se juntaram a ele quando este decidiu deslocar-se para a localização actual de Tumbira. O Sr. Garrido, que tinha a perfeita noção de que a educação era um pilar fundamental para uma evolução sustentável, construiu uma escola e contratou uma professora para que as pessoas da comunidade pudessem estudar e aprender. Foi também ele que criou um novo desenho de barco, mais eficaz na navegação no Rio Negro, que ainda hoje é dominante por aqui.
No dia seguinte acordámos com um programa já planeado: ir com o Roberto, a Nádia (mulher do Roberto), o Giovanni e a Giovanna (filhos do Roberto) e a malta "cá de casa" (Ticha, Diogo, Zé, Raquel e Bianca) até uma cachoeira passar o dia!! Acabou por ser uma aventura super divertida e certamente das experiências mais inesquecíveis que tivemos por aqui!
Às 8h30 (sim...o relógio da foto está uma hora adiantada) a temperatura já passava dos 30 graus e a equipa estava toda a postos. Pequeno-almoço tomado em casa do Roberto, foi carregar o barco, mudar a rabeta (é o nome que eles dão ao motor do barco) e arrancar rumo à cachoeira.
Passados apenas uns minutos de viagem numa paisagem de cortar a respiração, começou a aventura... Primeiro os baixios: como o rio Negro está muito baixo nesta altura da seca, há zonas em que nem um barco baixo como o que nos transportava consegue ultrapassar a areia a poucos centímetros de profundidade!! Solução: sair do barco e... puxar!!!
Em seguida começaram os problemas mecânicos: com a hélice a ser constantemente forçada, chegou uma altura em que esta começou a rodar em falso no eixo da rabeta!! Como se isso não bastasse, faltavam as ferramentas necessárias e aí foi momento de improviso: arames, pregos, martelo, catana, muita imaginação, umas Skol (cerveja muito conhecida por estas bandas) e quatro tentativas depois lá conseguimos finalmente deixar a rabeta operacional e chegar ao nosso destino... E que destino!!
A cachoeira é realmente fantástica, embrenhada no meio da floresta da Amazónia, é um local selvagem que fica gravado na mente logo no primeiro momento!! Saímos do barco, descarregamos tudo e começámos a preparar o almoço.
Foi tudo à água para refrescar, alguns com mais originalidade!!
Depois veio aquele que foi um almoço que nem o melhor restaurante do Mundo supera: mesa, bancos, chapéu de sol, cerveja, Tambaqui grelhado à moda dos índios (isto é, um grelhador montado só com paus) e muito boa companhia foram os ingredientes daquele que foi certamente um dos almoços mais agradáveis e originais da nossa vida!!
Já de barriga cheia e com o sol a queimar, mudámos a mobília para dentro de água e ficámos largos minutos a conversar e a rir com as histórias e piadas que o Roberto ia contando... O que dizer?! Simplesmente PERFEITO!
Carregámos tudo de novo no barco e iniciámos a nossa viagem de volta. No caminho parámos para pescar...ou tentar pelo menos...
...e apanhar uns banhos de sol!!
A viagem seguiu com normalidade e após algumas saídas do barco, que nesta altura já começavam a ficar altamente sincronizadas e dignas de uma equipa olímpica de Transporte do Barco, chegámos a Tumbira! Descansámos, jantámos e por volta das onze da noite, o Diogo e o Zé foram com o Roberto levar a Raquel ao "recreio". Mais uma experiência inesquecível que irá ser descrita num post que virá em breve, acompanhado das devidas fotos e como experiência conjunta do Diogo e da Ticha, já que desta ela não pode ir! Não percam!!!
Hoje acordámos com mais um momento que apenas as fotos podem demonstrar o espectáculo que a Natureza da selva amazónica pode proporcionar: uma tempestade tropical! E como aqui, quando há uma tempestade, os barcos não andam no rio e as pessoas ficam em casa, ficámos toda a manhã a admirar a tempestade no conforto da nossa rede. À tarde aproveitámos para organizar algumas coisas de trabalho, preparar material para as aulas do nosso projecto e tentar acertar o plano de trabalhos para o resto da semana... Na verdade esta parte tem sido a mais complicada, já que o ritmo a que as coisas se concretizam aqui é muito diferente do ritmo acelerado a que vimos acostumados dos nossos trabalhos do dia-a-dia.
Às cinco, fomos tomar o nosso "chá" e depois o Diogo foi dar uns toques de vólei com a Bianca e com a criançada. Quando anoiteceu, a Ticha começou as consultas para os alunos da noite.
E salvas que estão mais algumas vidas, despedimo-nos com saudades!

Beijinhos e abraços

1 comentário:

  1. Francisco e ?18/10/11, 02:27

    Olá tio Diogo e tia Patrícia!

    Ainda não sabemos ler nem percebemos muito destas tecnologias,mas a mamã esteve a ler as vossas novidades para o papá e nós ouvimos atentamente e vimos as fotos.
    Gostamos muito de ter notícias vossas...e tão boas!!!

    Beijinhos enormes com saudades da família

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